Você sabia que o Brasil tem a maior taxa de transtorno de ansiedade do mundo? Ele está também entre os cinco países com maior índice de depressão, segundo estimativas da ONU (Organização Mundial da Saúde), divulgadas em fevereiro deste ano.
Os dados da OMS mostram que o problema é global. São 322 milhões de pessoas com depressão em todo o mundo – 4,4% da população e 18% a mais do que há dez anos. No Brasil, em 2015, eram 11,5 milhões diagnosticadas com depressão e 18,6 milhões com transtorno de ansiedade, o que corresponde a 9,3% da população brasileira.
Os sintomas do transtorno são comuns, como a dificuldade de concentração, problemas no sono e preocupação excessiva. Por isso, já considerada uma questão de saúde pública. Pesam nesse cenário fatores socioeconômicos, ambientais e estilo de vida, que envolve o ambiente corporativo, ao qual as pessoas passam grande parte do seu tempo. As mulheres são as mais atingidas.
Esses problemas relacionados a transtornos mentais geram perdas de US$ 1 tri por ano para a economia global, segundo a entidade. Um número considerado bastante elevado e, por isso, têm preocupado gestores de diferentes segmentos. Para evitar que problemas como estes interfiram nos negócios, empresários investem cada vez mais na saúde dos seus colaboradores. O objetivo é propiciar um ambiente favorável dentro do ambiente corporativo.
Apesar do uso da inteligência artificial, uma empresa é feita de pessoas e os processos são controlados por elas. Os colaboradores são, portanto, os órgãos vitais no dia a dia e nos projetos desenvolvidos ao longo da jornada de trabalho. Gerar ações e benefícios que os mantenham num ambiente saudável e motivado produzem ganhos para a saúde, mas também para as empresas. Afinal, funcionários satisfeitos com suas funções e inseridos nos valores e cultura das corporações produzem mais, faltam menos e trocam menos de trabalho.
O turnover, que é a alta rotatividade de funcionários, gera altos custos para qualquer empresa.
Segundo pesquisas, um novo funcionário representa um aumento de pelo menos 50% a mais na folha de pagamento. Este número pode dobrar no caso das posições mais altas. Não é fácil dar treinamento técnico, engajar uma nova equipe e depois perder o que foi investido.
Oferecer benefícios, como planos de saúde apropriados e ações preventivas de saúde podem ser os melhores investimentos à médio e longo prazo, para reter seus funcionários.
Se a saúde e o bem-estar da equipe de trabalho são aspectos fundamentais no processo de produtividade e desempenho de uma empresa, é importante que ela esteja disposta a entender as necessidades de cada integrante da equipe e a demanda do seu segmento. Cada um tem seu ritmo, suas técnicas de trabalho e seus limites.
Veja 6 medidas que devem ser tomadas para manter um ambiente saudável na sua empresa:
1- Deixe claro cada função e significado de cada trabalho: mostrar a cada funcionário quais são suas reais funções e o significado de seu trabalho ajuda a motivá-lo a fazer melhor. Isso reflete na qualidade do serviço realizado, especialmente se ele ver algum desenvolvimento de sua carreira dentro da empresa. As pessoas querem ter um propósito de vida. Para que elas se sintam valorizadas dentro de um time é preciso que isso comece de cima. Por isso, a dica é mostrar os resultados e o impacto positivo do trabalho de cada um;
2- Esteja aberto a novas ideias e coloque-as em prática: o ideal é criar um programa específico para incentivar e acompanhar a implantação de novas ideias. Isso pode ser feito dentro dos departamentos e também entre as áreas, porque estimula a participação dos funcionários na empresa, como um todo. Faz toda a diferença se elas forem colocadas em prática. Nada como os colaboradores para entenderem os processos e defenderem sua marca, tanto interna quanto externamente. Isso ajuda a criar um espírito de colaboração e influenciar no resultado final;
3- Mantenha prazos viáveis: prazos curtos e pressão parecem ser algo costumeiro nas companhias, até devido à velocidade das informações. Ter comprometimento e vestir a camisa é fundamental. Mas, é preciso que o gestor de projetos coloque prazos humanamente viáveis para o seu cumprimento. Afinal, quem trabalha sob pressão o tempo inteiro, sofre problemas de saúde e falta de produtividade em algum momento;
4- Estimule a participação por meio de recompensas: esta também é uma boa oportunidade de ter um programa objetivo e específico de gratificação para aqueles que trouxerem algo novo. Para ideias concretas e que influenciam positivamente nos resultados diretos de uma empresa. Pode ser feito por meio de algum tipo de valorização profissional ou premiação. Cuidado para não cometer injustiças e fazer diferenciação entre pessoas;
5- Elogie em público e critique com motivação: sempre foi e continua sendo importante um elogio pontual, especialmente às ações que tenham beneficiado a maioria e refletido em muitos. É importante que um gestor destaque a importância das boas atitudes que uma pessoa tem tomado. O feedback age diretamente na forma com que a equipe dá continuação ao trabalho. Tem o poder de motivar e desmotivar. Por isso, critique com moderação e, de preferência, dando exemplos que motive, para não destruir a autoestima de uma pessoa e ela ainda influenciar negativamente outras pessoas;
6- Incentive a participação e o bom relacionamento: essa habilidade é tão importante quanto um bom currículo técnico. Não é à toa que os chamados “softs skills” são tão valorizados. Ajudar e tratar o próximo com respeito deve ser um pré-requisito de emprego, assim como saber trabalhar em equipe, ter ética e agir de forma a estimular as boas relações interpessoais. Abraços e bolos de aniversários criam um clima de unidade e confraternização que geram mais ganhos do que perdas. Esteja aberto.
O que achou dessas dicas? Esperamos que sirva para alguma reflexão. Afinal, dentro de um ambiente favorável como este que destacamos, a comunicação tende a ser boa e o maior beneficiado é a empresa. Sustentada por estes pilares, ela ganha respeito e vontade do empregado em se manter e se dedicar nas funções diárias.