Você sabe o que é o Programa 3S? Trata-se de “Sustentabilidade na Saúde Suplementar”, algo necessário em todo país. A Saúde no Brasil está na UTI, porque ela virou um peso e não um benefício.

No Brasil não existe propriamente um “sistema” de Saúde.

Você se lembra do slogan: “90 milhões em ação, pra frente Brasil, salve a Seleção”? É do ano de 1970.

  • Em 1970 haviam:
      • 90 milhões de brasileiros
      • 36.000 hospitais
      • 4.800 Medicinas de Grupo
  • Em 2017 haviam:
      • 207 milhões de brasileiros
      • 6.300 hospitais
      • 636 operadoras de saúde (90% delas têm 20.000 vidas)

Em 2018, 43 leitos hospitalares deixaram de existir por dia. Isso significa que há uma retração na Saúde do Brasil.

Segundo reportagem do jornal Valor Econômico, em 29/03/2018, o Brasil perdeu 31,4 mil leitos em 8 anos. As 15 principais operadoras de Saúde estão com 22 milhões usuários, ou seja, 50% do total de usuários do sistema privado de saúde estão nas mãos de investidores, e o pior, investidores estrangeiros. Isso significa que internacionalizamos a saúde brasileira.

Slide da Apresentação do Palestrante Vitório Rocchi

O gasto na saúde particular é de 4,7 vezes mais por usuário do que na saúde pública. Isso se deve à “cultura do atestado e do desperdício”. A sustentabilidade começa pelo controle do uso e eliminação dos desperdícios. Veja a gravidade da situação:

  • Dos 100% que realizam consultas, 85% não teriam necessidade.
  • Dos 100% dos exames realizados, 35% não retiram os resultados

Segundo Luiz Edmundo Prestes Rosa, diretor da Associação Brasileira de Recursos Humanos, em publicação recente, precisamos corrigir um escândalo nacional. A inflação da medicina não pesa apenas no bolso das famílias, mas para as empresas, já que esta é uma das suas maiores despesas, impactando no preço dos produtos.

O que nos falta é maior compreensão da Gestão das Despesas e Receitas. Abrir a caixa preta e separar o que é custo assistencial, o que são erros, fraudes, desvios e, principalmente, tornar traduzível as planilhas que nos são apresentadas.

Se não houver controle nos custos, haverá diminuição nos benefícios no futuro, porque:

  • As empresas não estão conseguindo mais pagar o benefício saúde;
  • Se continuar como está, em cinco anos, os valores atuais dobrarão. Com esse aumento, a grande maioria dos usuários não terão mais condições de possuir um convênio médico. Com isto, é certeza do retorno de um grande número de usuários ao falido sistema do SUS;
  • Para evitar um colapso é indispensável reduzir fraudes, diminuir desperdícios e ter pleno controle dos custos, com ferramentas que permitam a abertura da “caixa preta” de informações das operadoras de saúde, municiando as empresas com informações corretas e concisas sobre a sinistralidade de sua carteira de usuários;
  • Plano de saúde é o 3º item do desejo do brasileiro;
  • Por que apenas 25% da população brasileira possui um plano de saúde? A resposta é óbvia: alto custo.
  • Com as fraudes e desperdícios, quem paga a conta não é a operadora de saúde, mas sim os clientes, pois o nosso sistema é o de mutualismo.

Como funciona a Saúde no modelo atual:

  • Empresas descontam o valor do plano de seus funcionários, chegando a variar de 70% a até 100% entre titulares e dependentes.
  • Quase a maioria dos planos ainda inclui a coparticipação;
  • Devido aos altos custos, os mais jovens estão saindo do sistema. Estão ficando os mais velhos e doentes. Resultado: alta sinistralidade;
  • A maioria das empresas transformaram o plano empresarial em plano de adesão;
  • A ANS (Agência Nacional de Saúde) oferece várias alternativas de planos de saúde. Mas, as operadoras não colocam novos modelos de cobertura no mercado;
  • Descontar parte do plano no salário do titular é correto e está na lei, porém, não é justo. Já que 65% dos usuários tem utilização pequena,  25% dos usuários tem a utilização dentro da expectativa e apenas um pequeno grupo de 10% dos usuários quebram o sistema, criando uma enorme sinistralidade. É preciso mapear e corrigir essa má utilização, pois isto impactará diretamente na diminuição dos custos assistenciais.

Viver mais e com saúde é um desejo universal.

O modelo tradicional do plano de saúde está fadado ao insucesso, porque a cada 100% arrecadados, 75% vão para as despesas assistenciais, onde um percentual muito grande deste valor é gasto desnecessariamente. Por isso insistimos que as operadoras de saúde sejam gestoras da saúde dos pacientes, não apenas ficar tratando só as doenças.

Círculo vicioso dos Planos de Saúde:

  • O usuário paga o plano e acha caro;
  • O médico recebe da Operadora de Saúde e acha pouco;
  • As empresas pagam caro, não têm retorno, não sabem o que acontece, não tem acompanhamento dos dados, ou seja, ficam no escuro;
  • Quando se fala da gestão de custos, basicamente a discussão é sobre a tabela de preços paga aos prestadores (via de regra as operadoras de saúde diminuem os valores pagos ao prestador);
  • Quando se fala sobre gestão assistencial, o que está em jogo é o acompanhamento do usuário para que ele evite de se tornar paciente;
  • Um dos maiores desperdícios da área da saúde, se não for o maior de todos, é o desperdício das informações.

Slide da Apresentação do Palestrante Vitório Rocchi

Curioso, para não dizer trágico, notar que oferecemos saúde suplementar, uma medicina comparável a dos países mais desenvolvidos, mas temos uma gestão assistencial que infelizmente não evoluiu na mesma velocidade.

Para mudarmos esta realidade, todos precisam se envolver:

  • Usuários
  • Operadoras de saúde
  • Prestadores
  • Empresas

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